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segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Tiago Henrique é condenado a 29 anos de prisão

Em seu 15º julgamento, o vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 28 anos, foi condenado nesta segunda-feira (19), pelo 2º Tribunal do Júri da comarca de Goiânia, a sua maior pena: 29 anos de reclusão em regime inicialmente fechado, pelo assassinato de Aleandro Santos Miranda, de 35 anos. Ele está preso no Núcleo de Custódia do complexo penitenciário de Aparecida de Goiânia. O vigilante já foi condenado por 15 homicídios, 1 roubo a agência lotérica e a porte ilegal de arma, que somam 373 anos e 10 meses de prisão.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), o crime ocorreu no dia 20 de novembro de 2011, por volta das 17h30, na guarita do galpão da empresa Coca-Cola, localizado na Avenida Perimetral, na Zona Industrial Pedro Abrão, em Goiânia, para a qual prestava serviço de segurança. Aleandro Miranda foi morto a facadas, sendo a única vitima esfaqueada por Tiago Henrique, que já havia trabalhado nesta empresa, também como segurança.
A sessão desta segunda-feira foi presidida pelo juiz Lourival Machado da Costa e contou com a participação do promotor de justiça Maurício Gonçalves de Camargos e do defensor público Antônio Maurício Ferreira. Thiago Henrique compareceu à sessão e, a exemplo de seus últimos julgamentos, respondeu a algumas perguntas formuladas pelo juiz, afirmando, inicialmente, que foi o responsável pela morte de Aleandro Miranda, mas que não se lembrava dos fatos. No decorrer do interrogatório, voltou atrás, dizendo que foi induzido na delegacia de polícia a assumir este crime. Para o seu advogado, essa culpa pode ter sido de fato assumida por ele, na intenção de aumentar sua ficha criminal, em uma espécie de vaidade pessoal.
Por sua vez, o promotor Maurício Gonçalves de Camargos afirmou que, independentemente desta negativa posterior, a riqueza de indícios em desfavor de Tiago Henrique, juntamente com a sua confissão nos interrogatórios à polícia, afastam dúvidas quanto a sua autoria.
Tiago Henrique contou que aos 16 anos começou a sentir o desejo de matar e que todas as vezes em que tirou a vida de alguém foi induzido por uma voz, para “cumprir a missão”, mas não disse qual seria essa missão. O defensor baseou-se em declarações desta natureza para sustentar a tese de que Tiago Henrique, mesmo que não clinicamente diagnosticado com algum doença psíquica, possui desordens mentais.
O conselho de sentença, formado por quatro homens e três mulheres, acatou as duas qualificadoras apresentadas pelo MPGO: uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e motivação torpe.

Fonte: TJGO

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Tiago nega autoria e cita trechos da Bíblia

O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha foi condenado a 25 anos de prisão pelo 1º Tribunal do Júri da Comarca de Goiânia, em sessão realizada nesta manhã, sob a presidência do juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, pela morte de Michel Luiz Ferreira da Silva. 
O crime ocorreu no dia 12 de dezembro de 2012, por voltas das 2 horas, na Avenida Minas Gerais, Setor Campinas. A pena será cumprida em regime incialmente fechado, na Penitenciária Odenir Guimarães, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, e deverá aguardar o trânsito em julgado (quando não houver mais recurso) preso.

Esta foi a 14ª condenação do vigilante (foto ao lado) pelo Tribunal do Júri –  ele também foi condenado por roubo e porte ilegal de arma. As penas, somadas, atingem 344 anos e 10 meses de prisão. No momento dos debates, o promotor de Justiça Maurício Gonçalves de Camargos requereu a condenação do acusado pelo homicídio duplamente qualificado pelo motivo torpe e pela surpresa.
Já a defesa, realizada pelos defensores públicos Ludmila Fernandes Mendonça e Jaime Rosa Borges Júnior, pleiteou a absolvição com base na tese da negativa de autoria. Alternativamente, requereu a aplicação da causa de diminuição de pena pela semi-imputabilidade, bem como a exclusão das qualificadoras. O Conselho de Sentença, ao votar a série de quesitos, reconheceu a materialidade das lesões sofridas pela vítima e sua letalidade, atribuindo a autoria do fato ao acusado. Rejeitou a tese da semi-imputabilidade e reconheceu a presença das duas qualificadoras.
Ao dosar a pena, Eduardo Pio Mascarenhas levou em considerou a culpabilidade, já que o réu escolheu a vítima aleatoriamente, atingindo-a com um tiro certeiro na cabeça, à curta distância. Observou também a personalidade do vigilante que, segundo o laudo de exame de insanidade mental, possui frieza emocional, tendência à manipulação e personalidade antissocial. Afirmou também que possui conduta social desajustada com o meio em que vive, com déficit relacional caracterizado por uma dificuldade no estabelecimento de vínculos, provocando mal-estar e desconforto nas relações.
Eduardo Pio Mascarenhas afirmou  que o crime foi praticado para o réu tentar aliviar o sentimento de angústia e a vontade de matar que sentia, motivo repugnante. Também lembrou que o crime ocorreu durante a madrugada, em via pública, quando a vítima estava deitada, possivelmente domringo, o que impossibilitou a sua defesa. Explicou que o crime causou grande sensação de vulnerabilidade e insegurança na sociedade goiana já que conviveu, por vários meses, com a figura de um motoqueiro que cometia homicídios pela cidade.
Durante os interrogatórios, a delegada da Polícia Civil Flávia Santos Andrade, que investigou o caso assim que Tiago Henrique foi preso, em outubro de 2014, relatou todos os passos do inquérito policial. Segundo ela explicou, o vigilante confessou o crime no dia da prisão, mas negou nos depoimentos seguintes. Afirmou também que foi realizado confronto microbalístico do projétil que matou Michel Luiz e de outras vítimas de homicídio, que confirmaram terem sido expelidas da mesma arma de fogo.
A policial relatou também que foram mostradas a Tiago Henrique imagens de vídeo captadas no sistema de segurança da clínica em que Michel Luiz foi morto e de um estabelecimento nas proximidades de onde ocorreu o assassinato de outro morador de rua. Ela afirmou que o vigilante  confirmou ser ele a pessoa que aparece nos vídeos.
Durante o depoimento, a mãe de Michel Luiz,  Edna Ferreira da Silva, contou que ele era dependente químico e havia saído da clínica de reabilitação pela manhã, mas não voltou para casa. Ele estava deitado na calçada de uma clínica médica, quando um motociclista se aproximou e efetuou um disparo em sua cabeça.
Ao prestar depoimento, o vigilante negou a autoria do crime e recitou trechos da Bíblia. "Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo”, afirmou citando Isaías 58.
Fonte: TJGO
Bloody Knife